Os grandes atentados contra populações civis acontecem, de forma permanente, desde 11 de setembro de 2001,
quando as torres gêmeas foram destruídas, em plena Nova Iorque
mostrando fragilidade no controle do espaço aéreo norte-americano. A
invasão do Iraque levou a destruição de uma discoteca em Bali e a um
atentado numa estação de trem madrilenha, como forma de pressionar os
governos a mudarem suas posições estratégicas. O mundo assiste com
preocupação a retomada do terrorismo, com o recente atentado em Boston,
durante o maior evento esportivo daquela cidade, desde 1897, a maratona
de Boston, a segunda mais antiga do mundo.
A
ideia é sempre causar comoção no país e na cidade, atingindo populações
indefesas e que teoricamente não são responsáveis pelos posicionamentos
de seus países. Mais uma vez, foram atingidos cidadãos de outros
países, o que cria uma solidariedade internacional, como ocorreu em 11
de setembro. As quinhentas mil pessoas que se encontravam no evento
mostram o ambiente propício, para a explosão de bombas. São bombas
caseiras, que trazem um impacto enorme, inclusive causando amputação de
membros, como ocorreu em Boston. Os efeitos são terríveis e já foram
sentidos pelos norte-americanos, que atuam em conflitos internacionais.
Os
mais de vinte mil corredores que iniciaram a prova na cidade de
Hopkinton, durante o feriado do “dia do patriota” se dirigiam a Boston,
onde a corrida termina. Parte deles foi surpreendida pela explosão na
linha de chegada, preconizada, ao que parece de forma individual, pelos
irmãos Tsarnaev, de origem tchetchena. A Tchetchênia, região russa de
população islâmica, em sua maioria tem buscado sua independência nos
últimos anos e gerou alguns atentados locais, como o do teatro de Moscou
e da escola de Beslan. Interessante que os irmãos estudaram em
estabelecimentos de qualidade educacional reconhecida nos EUA e pareciam
integrados ao dia a dia do ”american way of life”.
Outrossim,
cabe dar ênfase ao fato de que as câmeras espalhadas foram vitais, pelo
menos, para o reconhecimento dos terroristas. Verdadeiros “big
brothers”, elas atuam hoje em grandes centros urbanos e deveriam ser
monitoradas 24 horas, inclusive por especialistas, em se tratando de
grandes eventos esportivos. Infelizmente, tal fato parece não ter
ocorrido, pois caso contrário teria detectado previamente os gestos
poucos usuais dos irmãos. Influenciados pela Al-Quaeda, segundo
conclusões do FBI, devem ter tido acesso a uma receita de bombas
caseiras on line, no site da organização terrorista.
O
atentado deixou o mundo mais uma vez apreensivo e mostrou que nenhum
país está imune ao terrorismo, nem aqueles que teoricamente nunca
sediaram tais atos e que vivem uma calma, por força de suas
características étnicas e posicionamentos internacionais, como o Brasil.
Agora, que vamos sediar grandes eventos, como a Copa das Nações, as
Jornadas Mundiais da Juventude, a Copa e as Olimpíadas, precisamos ficar
muito mais atentos. O fato tem relação com as delegações
internacionais, que para os terroristas, são as representantes da
ideologia contrária a seus pleitos. Nosso grande dever de casa é
justamente aparelhar o país com um controle único civil e militar,
tentando colocar em prática cases de sucesso, num modelo de
benchmarketing, adotados ao modelo brasileiro. As forças de segurança
estaduais e municipais, não só os batalhões de elite precisam se interar
de forma decisiva dos meandros de tais atos terroristas. Um dos maiores
investimentos do Brasil tem que ser feito na área de segurança, em
todos os aspectos, para evitar que tetos de estádios despenquem, que
alimentos fora do prazo sejam encontrados em hotéis de luxo ou ainda na
segurança diária da população e dos visitantes. Uma leitura e o estudo
do Código de Ética Mundial do Turismo da OMT seria um bom começo. Uma
providência vital é a capacitação, reciclagem dos que atuam com grandes
eventos e que não podem ser eventuais, mas devem fazer parte de um
programa de capacitação a longo prazo. O Brasil vem se acostumando a
resolver de forma pontual problemas que poderiam ser vislumbrados num
planejamento contínuo.
Não
gosto de dizer que aprendemos com atos terroristas. Lições nos são
dadas com exemplos de positividade, mas os atentados realizados nos
últimos dez anos possuem características parecidas e demandam maiores
investimentos e estudos. Lembro que não é com a segregação, a crítica
sistemática a crédulos religiosos que iremos resolver a situação. O
mundo tem que sair da vaidade individual e ingressar num processo
coletivo de entendimento, de reconhecimento da diversidade, do
atendimento das minorias étnicas. Enfim, precisamos de reconhecer que as
pessoas e as lutas são diferentes e não jogar pedras nas diferenças.
* Bayard Do Coutto Boiteux é
professor universitário, pesquisador, escritor, preside o site
Consultoria em Turismo, coordena o curso de Turismo da UniverCidade e
dirige o Canal de Turismo em foco no youtube. (www.bayardboiteux.com.br)
fonte Diario do turismo
Esta tudo bem na PAz do Senhor
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