“Um sonho, cinco continentes e 46 países...”, estas
são as primeiras palavras descritas no site de Felipe Gamba e Ana
Moreno, dois aventureiros que largaram a vida em São Paulo para viajar
os quatro cantos do mundo através do projeto The Route Maker. A expedição que durará 540 dias pode ser acompanhada no blog The Route Maker,
o qual é atualizado frequentemente e onde relatam suas experiências na
realização deste sonho. Através de uma leitura prazerosa, dão dicas de viagem para aqueles que pretendem visitar os destinos por onde passam além de chamar a atenção para questões ambientais e a preservação das culturas de cada lugar.
O DIÁRIO teve a
oportunidade de entrevistá-los, saber um pouco mais sobre as
particularidades dos destinos que visitaram nesta jornada e conhecer as
experiências que eles carregam na bagagem.
Diário do Turismo - Como surgiu o projeto The Route Maker?
Felipe - Tenho
três grandes paixões, viagens, mergulho e fotografia e sempre tentei
unir as três em minha vida. Quando pequeno tomei gosto pela natureza nas
viagens que fiz com meu pai ao Pantanal. A
paixão por viagens começou cedo e com 19 anos eu já conhecia boa parte
do país. Foi então que resolvi ir morar em Fernando de Noronha
(realização de outro sonho), onde virei instrutor de mergulho. Foi lá
que essa ideia da volta ao mundo começou na minha cabeça. Em minha volta
à São Paulo, retornei ao curso de Turismo da Universidade Anhembi
Morumbi e fui trabalhar na Freeway Brasil, operadora de ecoturismo e um
dos parceiros do projeto.
Comecei a fazer diversas viagens e
foi justamente nessas viagens que percebi o quanto era urgente esse meu
desejo de viajar o mundo... Houve
alguns obstáculos pequenos, como convencer a Ana a largar tudo e vir
comigo e outros enormes, como a questão financeira. Estipulamos o tempo
de viagem, planejamos todo o roteiro e começamos a levantar os custos
para isso. Percebemos então que com a venda de nossos carros e mais um
dinheiro que tínhamos guardado seria possível fazer um bom trecho da
viagem em um budget limitado e que para terminar a viagem como
gostaríamos, teríamos que sair em busca de parceiros e patrocinadores.
Para isso, resolvemos criar o blog The Route Maker. Com todos os ventos
soprando a favor, conseguimos então uma importante parceria com a rede
de restaurantes America, empresa em que a Ana trabalhava.
Após muito trabalho, saímos de São
Paulo em direção à Quito, no Equador. Em 10 de abril de 2011, demos
início ao mais ousado de nossos sonhos.

O
casal chega ao Equador; ao fundo o Monumento Oficial da Linha do
Equador e a linha em amarelo ao chão representa a "Mitad del Mundo"
DT - Com
quanto tempo de antecedência a viagem foi programada? Ou no decorrer da
viagem vão se programando e ajustando a permanência nos destinos?
F - Classificamos
o planejamento em duas fases. A primeira delas foi planejar os países
que queríamos visitar e estudar qual era a melhor época para visitar
cada um deles, no que diz respeito ao clima (por exemplo, época de
chuvas, furacões, forte calor ou inverno rigoroso) e depois definimos
uma rota. Essa não foi a parte mais fácil, mas com certeza foi a mais
divertida de todo o pré viagem. No início do planejamento, nossa lista
contava com mais de 70 países, mas tivemos que cortar muitos deles para
que a viagem se tornasse algo viável em questão de tempo e dinheiro.
Nossos pilares para a escolha dos destinos foram Natureza,
Cultura/História e Mergulho. A segunda fase do planejamento remete ao
dia a dia da viagem, quanto tempo passar em cada local e quais atrativos
visitar. Neste caso, planejamos cada local com alguns dias ou semanas
de antecedência.
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Os atobás de pata azul são pássaros típicos do arquipélago de Galápagos no Equador
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O Kecak Dance retrata uma lenda local, o ritual acontece todos os dias no templo de Uluwatu durante o pôr do sol
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A paisagem em Tulum no México é formada pelas águas azul turquesa, areias brancas e os sítios arqueológicos maias
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No México é possível mergulhar em cavernas alagadas e observar a beleza do cenário em seus interiores
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DT - Vocês chegaram a
estudar sobre os países para programar hospedagem, enumerar os atrativos
que visitariam e até mesmo conhecer um pouco sobre a cultura nativa
para ter uma ideia com o que iriam se deparar?
F - Como eu já
trabalhava com viagens, tinha bastante informação sobre muitos dos
destinos, mas é claro que ter estas informações era uma coisa e estar no
lugar outra. Por se tratar de muitos destinos, só vamos a fundo na
cultura, atrativos que devemos conhecer e opções de hospedagens alguns
dias ou semanas antes de chegar a cada lugar. Com relação a cultura, o
que fazemos é sempre tentar interagir com os locais. Normalmente
acabamos fazendo amizade com pessoas na nossa faixa etária, mas já
aconteceu de fazermos amizade com pessoas mais velhas e até mais novas
que nós. Para fazer estas amizades, existe um grande facilitador, que é
ser brasileiro. É algo que vai além do futebol e do carnaval, por algum
motivo que desconhecemos o mundo simpatiza com o Brasil e para nós não
existe melhor forma de conhecer a cultura do país do que quando
apresentada por um local.
DT - Quais foram ou estão sendo as maiores dificuldades da viagem?
Ana - A
saudade da família e dos amigos desde o começo sempre foi a pior parte,
mas sabemos que a experiência que estamos tendo nesta viagem vale a
pena. Eu costumo dizer que o Skype é uma das melhores invenções do homem
e para matar a saudade não tem forma melhor! Mesmo estando do outro
lado do mundo eu posso participar virtualmente de um almoço de domingo
em casa ou simplesmente jogar conversa fora, matar a saudade, ver e ser
vista. Sem esta ferramenta seria mais difícil, pois quando a saudade é
intensa, apenas um e-mail não resolve o problema.
DT - Onde vocês estão hoje (14 de maio de 2012)? Nos fale um pouco sobre este lugar.
A - Saímos de
Viena e chegamos em Praga no final da tarde. Como não tínhamos almoçado,
procuramos um restaurante com comida típica, mas que fugisse dos
restaurantes do centro lotados de turistas. Em seguida, caminhamos pela
praça central, onde existe um relógio astronômico de 1410. Após a
primeira impressão, sentamos em um bar para tomar uma famosa cerveja
Checa, que além de deliciosa é barata. Voltamos para o hotel e agora
estamos respondendo as perguntas!

Catedral de Nossa Senhora de Týn sob o céu nublado na capital da República Tcheca, Praga também conhecida como Pérola do Oriente
DT - Qual a forma que vocês utilizam para se deslocar entre e até mesmo dentro dos países?
F - Sempre
fazemos um levantamento de qual é o melhor meio de transporte para cada
trecho. Durante a viagem, nós voamos muito, mas também usamos trens,
barcos, ônibus e por algumas vezes, alugamos carros.
DT - Em
relação à hospedagem, vocês ficam hospedados em hotéis, hostel,
pousadas? E quanto tempo em média vocês ficam hospedados em um único
lugar?
F - Estamos
sempre tentando economizar. Por incrível que pareça, em alguns lugares,
pequenos hotéis são até mais baratos que albergues e então cada caso é
um caso. Pesquisamos hospedagem algum tempo antes de chegar ao destino,
caso seja alta temporada no lugar que iremos, tentamos nos programar com
um pouco mais de antecedência para conseguir os melhores preços. O
tempo que permanecemos em cada lugar depende muito do que tem para ver e
fazer em cada destino. Não gostamos de conhecer tudo correndo, então
elegemos prioridades dentro de cada país visitado e passamos o tempo que
julgamos suficiente para conhecermos tudo que gostaríamos. Este é o
lado bom de não fazer reservas com muita antecedência, pois temos a
liberdade de encurtar ou estender nossa estadia quando achamos
necessário.
DT - Houve resistência de algum governo para que vocês pudessem entrar no país?
A - O ponto
mais importante para aqueles que querem fazer uma viagem longa, é que
para entrar em alguns países é necessário ter o ticket que comprove a
saída do país, podendo ser de avião, ônibus ou qualquer outro meio de
transporte. Quando se está fazendo viagens longas como esta, é difícil
saber ao certo qual o dia e de que forma sairá do país, portanto, o que
fazemos é reservar voos fictícios com um prazo para pagamento, que se
não for pago; e cancelado automaticamente. Mas tivemos problemas para
entrar e para sair de Belize. Na entrada do país a polícia federal não
reconheceu o visto de entrada emitido pelo consulado inglês no Rio de
Janeiro, uma vez que o país não possui consulado no Brasil. Passamos
horas conversando com os agentes da polícia, nosso passaporte passou na
mão de várias pessoas até comprovarem a autenticidade do visto e
permitirem a nossa entrada. A explicação que nos foi dada para a
situação é que não existem muitos turistas brasileiros visitando o país.
De Caye Calker, partimos de barco para Chetumal, no México. Antes de
embarcarmos, passamos pela imigração de Belize e lá nos disseram que não
poderíamos embarcar, pois não tínhamos o visto do México. Explicamos
que tínhamos o visto americano e pela lei não precisaríamos do visto
mexicano. Lá se foram mais algumas horas de conversa até autorizarem
nosso embarque em outro barco, porque chegamos a perder o que tínhamos
agendado.
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Belize é um país da América Central limitado ao norte pelo México
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O país recebe influências da cultura mexicana, uma vez que ambos foram palco da civilização maia
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Em continuação da primeira parte da entrevista (clique aqui para vê-la) na qual o casal Felipe Gamba e Ana Moreno fala sobre a criação do projeto The Route Maker,
o roteiro e as dificuldades que enfrentaram, nesta parte estes jovens
aventureiros contam sobre a cultura, infraestrutura e momentos marcantes
dos lugares que visitaram. Acompanhe:
Diário do Turismo - Em qual país foi mais difícil se adaptar aos costumes e gastronomia? Por quê?
Felipe - Tiramos a
América de letra, pois além da sensação de estar perto de casa, somos
mais habituados aos costumes de nossos vizinhos e temos facilidade em
entender o espanhol e o inglês dos americanos. A Ásia certamente foi o
local onde encontramos a cultura mais diferente da nossa, em especial na
Índia. Um casal de amigos, que morou na Índia, nos deu boas dicas sobre
o país, mas mesmo assim é chocante a forma primitiva que vive boa parte
da população indiana. A comida indiana é deliciosa, mas a grande
questão é encontrar um lugar bom e limpo para comer.
Ana - Uma das
dicas que recebemos deste casal era que, pelo menos na Índia, deveríamos
virar vegetarianos, pois na grande maioria das vezes não se conhece a
procedência ou armazenamento de carnes e você pode acabar comendo um
pombo no lugar de um frango.
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Prato servido na Índia
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O uso de cores vibrantes é uma marca registrada do país
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O mais famoso monumento indiano, Taj Mahal uma grande prova de amor
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Grande quantidade de casas indica a posição de 2º país mais populoso do mundo
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DT - Qual país oferece a melhor qualidade em serviços e infraestrutura turística? Como vocês avaliam?
F - Apesar
de Estados Unidos, Austrália, Emirados Árabes e grande parte dos países
europeus terem uma boa estrutura turística ficamos impressionados com a
Nova Zelândia, que une em um local tão pequeno, paisagens incríveis a
uma infraestrutura de se fazer inveja. Chegamos ao país dos Kiwis, dois
dias antes da abertura da Copa do Mundo de Rugby, esporte número um.
Apesar do grande evento que estava por vir, não tivemos problema algum.
Os campings e os camper parks, feitos para receber as camper vans, meio
de transporte muito utilizado por turistas, são de primeiro mundo. Fora
isso, todos os atrativos naturais contam com trilhas bem demarcadas, com
boa sinalização e o atendimento é perfeito. Onde quer que você esteja
as pessoas são sempre muito amigáveis. Toda e qualquer cidade possui um
centro de informações turísticas muito completo, e que auxilia os
visitantes recomendando atividades, atrações e esclarecendo qualquer
tipo de dúvida.
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Cidade de Auckland, maior área metropolitana da Nova Zelândia
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Church of Good Shepherd, Igreja do Bom Pastor, cercada pelo azul turquesa do Lago Tekapo
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A -
Depende dos destinos escolhidos para a viagem e no nosso caso, tivemos
mais em locais de calor do que de frio, mas tivemos episódios de frio
intenso, como no EUA, Austrália, na ilha sul da Nova Zelândia, Índia e o
Nepal. Portanto, carregamos roupas para todos os climas.
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Gelo forma um tecido branco nas margens da estrada sobre as montanhas nos Estados Unidos
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As baixas temperaturas do país norte americano transformam suas paisagens
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Além das roupas, artigos de
higiene pessoal, toalhas com tecnologia de secagem rápida e lençóis de
acampar, que utilizamos quando ficamos em acomodações não tão limpas. Um
bom par de tênis, um par de chinelos, filtro para água, um kit de
remédios e primeiro socorros, pequenas ferramentas para facilitar o dia a
dia, como um canivete e talheres de plástico e, claro, câmera
fotográfica e computador. No nosso caso, também carregamos alguns poucos
equipamentos de mergulho como nadadeiras, máscaras e caixa estanque
para uma pequena câmera de vídeo.
DT - Houve algum momento em que pensaram em desistir?
F - Em momento
algum pensamos em desistir! Nos momentos difíceis, sempre pensamos que
devemos passar pelos desafios que surgem para alcançar o objetivo maior,
que é dar a volta ao mundo.
DT - Conte-nos um pouco sobre um ou mais lugares e momentos inusitados que presenciaram.
A - Estávamos em
Providência na época que os caranguejos azuis descem do topo do morro
para desovar na praia. No final da tarde e durante a noite, as ruas
ficam lotadas de caranguejos e é preciso cuidado para andar e não pisar
em nenhum. Em determinadas épocas do ano, as estradas ficam fechadas
neste horário.

Caranguejos azuis atravessam as ruas de Providência na Colômbia
A - No embarque
para Belize, o funcionário da companhia aérea viu nosso passaporte
brasileiro e perguntou: ”Vocês são de um país tão bonito, o que vão
fazer em Belize?”. Na hora não prolongamos na conversa, mas após alguns
dias em Belize, lembramos do funcionário da companhia aérea e pensamos
que se pudéssemos, responderíamos à sua pergunta com outra pergunta:
Você conhece Belize? Foram dias maravilhosos.
F - Outra
lembrança engraçada foi quando fomos alugar um carro para viajar de
Sydney à Cairns, no nordeste do país. Havíamos reservado o carro mais
básico da companhia, que era 2 portas e motor 1.4. Quando chegamos à
locadora de automóveis, a atendente me perguntou se nós iríamos dirigir
2.400 km com aquele carrinho e nós dissemos que sim. Foi então que elas
nos ofereceu um dos melhores carros que tinha por 5AU$ a mais por dia.
Ficamos tentados, mas ainda assim dissemos que ficaríamos com a opção
mais barata. Com a nossa negativa, ela finalizou: Ok, vocês querem o
amarelo ou o rosa? Adivinha que carro escolhemos? Por 5AU$ a mais por
dia? Porque não né?

A cidade de Cairns fica localizada no estado de Queensland na Austrália
A - Em Bali,
estávamos hospedados com alguns amigos em um bairro chamado kuta. Um
dia, saímos cedo para ir mergulhar em uma ilha a noroeste de Bali,
chamada Menjangam. Estávamos na beira da praia acertando o planejamento
do dia com a empresa de mergulho local, quando sentimos um tremor. Eu
estava sentada em um banco de concreto e fiquei preocupada quando
percebi que o banco estava em movimento. Felipe estava embaixo de um
quiosque com um instrutor de mergulho, que rapidamente pediu para que
todos saíssem de baixo daquele teto.

Bali,
ilha que pertence à Indonésia, possui inúmeras praias encantadoras como
esta chamada Dreamland e conhecida como New Kuta Beach. Em 2004, o país
foi atingido por um tsunami devastador gerado por um terremoto de 9
graus na escala Richter
O tremor passou
rapidamente, mas o susto foi grande. Depois do acontecido, perguntamos o
que deveríamos fazer no caso de um tremor secundário e nos disseram que
não haviam muitas opções, apenas que deveríamos sair de baixo de algo
que pudesse desabar e prestar atenção no mar, porque se a água começasse
a recuar era sinal de que poderia haver um tsunami e deveríamos correr o
mais rápido que pudéssemos em direção ao morro que ficava do lado
oposto a praia. O local que estávamos não sofreu danos com o terremoto,
mas no bairro em que estávamos hospedados, haviam diversos feridos e
algumas construções haviam desabado. Neste momento, percebemos que
estávamos no lugar certo, na hora certa.
A - Um
dos trabalhos que desenvolvemos durante a viagem é conhecer e provar a
comida local dos países que visitamos. Ao pesquisar quais eram os pratos
típicos de Palau, descobrimos que a sopa de morcego era a número um do
país e fomos conhecer esta iguaria em um restaurante que nos indicaram
no hotel que estávamos hospedados.
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A sopa de morcego é um prato típico do Palau
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Este prato mostra o quanto a culinária do país é exótica
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Uma verdadeira prova de coragem
Após o pedido, recebemos uma
travessa com um caldo claro e algumas folhas verdes e um morcego inteiro
dentro. Após o choque inicial (afinal não é todo dia que se vê um
morcego tão de perto) o garçom vem até a mesa, retira o morcego da
travessa e abre as asas para que você possa ver o animal inteiro. Depois
ele leva o prato até a cozinha e devolve o morcego inteiro cortado em
pedaços em um prato decorado com pimentas. O aroma do prato não está na
lista dos mais gostosos e realmente foi o prato mais chocante que vimos
durante a viagem. A sopa de morcego foi inesquecível.
DT - Até o momento, qual o destino preferido de cada um de vocês? Por quê?
A - Por várias
vezes já nos fizeram esta pergunta, mas sinceramente, não sabemos
responder. Cada lugar tem suas belezas e é difícil comprar um com o
outro. Seríamos injustos se elegêssemos um ou dois países, por isso,
tentamos fazer uma lista dos top 10 até agora, mas após um bom tempo
tentando, percebemos que é realmente impossível eleger. Cada um dos
países visitados nos proporcionou experiências distintas e é impossível
compará-los.
DT - Qual a cultura mais interessante que puderam conhecer?
F - Gostamos muito da cultura Polinésia, de ilhas como Fiji e Tonga, onde presenciamos momentos únicos da cultura local.

Tribo das Ilhas Fiji apresenta sua cultura através da dança
A - Em Fiji,
fomos conhecer uma tribo local em um dia especial. Estávamos lá no dia
em que a tribo apresentaria a dança que representaria Fiji em um
concurso em Papoa Nova Guine, para o chefe da tribo, esperando a sua
aprovação. A recepção que tivemos nesta tribo foi comovente. Uma coisa
que muitas vezes as pessoas se esquecem de fazer é olhar nos olhos de
quem está conversando e nesta tribo olhar nos olhos de quem esta falando
é fundamental. Era emocionante ver as pessoas dizendo que estavam
felizes de apresentar sua cultura para nós e foi igualmente emocionante
participar deste momento.
DT - Além de coragem e determinação, o que é imprescindível para realização de uma viagem como esta?
F - O
imprescindível é tentar lidar com os imprevistos sem perder a calma.
Sempre que passamos por situações de stress, respiramos fundo e
lembramos de tudo que já passamos na viagem, da sorte que temos de fazer
uma viagem como esta. Ao lembrar disso, os sorrisos automaticamente,
voltam ao rosto.
DT - Qual a lição de vida que vocês trazem consigo desde o início desta viagem até o atual momento?
F - Já éramos
muito ligados a família, mas certamente, planejamos estar ainda mais
presentes quando voltarmos. Fora isso, tivemos experiências incríveis
durante toda a viagem, que vem somando as nossas experiências de vida.
Mas, apesar de termos muito tempo para refletir sobre o que aprendemos,
temos a certeza que apenas após esta viagem entenderemos ao certo o que
ela nos trouxe.
O casal já passou por 33 países
e ainda visitará outros 13. Em breve retornarão ao Brasil, quando
finalmente poderão matar a saudade dos familiares e amigos. Com certeza
trarão em suas bagagens algo mais que fotografias, trarão aprendizado e
momentos que lhes enriqueceram a alma. Que esta jornada sirva de exemplo
e também como um ponta pé inicial para aqueles que têm vontade, mas que
receiam ver a grandeza e diversidade que o mundo tem a nos mostrar.
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As fotos desta matéria foram escolhidas pela Edição do DT e gentilmente
cedidas pelo casal, as quais são todas de sua autoria. Para visualizar o acervo completo de fotos, acompanhar e saber mais sobre o projeto e os destinos acesse The Route Maker.
fonte : diario de turismo
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